quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Shake it baby


Não estou nos meus dias
Não quero estar nos meus dias
Isto tende a piorar Merda,
o Valium acabou Agora mesmo
Levou ao fundo uma garrafa de Brandy
Com outras merdas
Nem um barman para desabafar! Shake it baby
Pior fico, quando oiço a tua música
"Loca" e não te toco
Qual é a farmácia de serviço?
Ou Oi, where's the fucking bar John?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lalelilolu


Uma linha da mão desalinhada
Bebeu uma garrafa inteira de Rum
Encontrou outra linha
Também despistada, mas ajuizada
Disse
Um segredo
O Rum não se bebe
Inflama linhas
Flambeia corpos alinhados
Ganha juízo e vai ao supermercado!
Ou
Oi, where's the fucking bar John?!

Foto de Horta do Rosário_hortadorosario.weebly.com

domingo, 28 de novembro de 2010


AKDOV
Foi amor à primeira vista
Vestida de transparente branco e vermelho
Cabelo destapado dourado
Tatuagem perigosamente escondida na cidade
Onde os 40 degraus sobem qualquer um aos céus
Quanto mais próximo menos sou eu
Mais deslitro, menos deslitro
Deleito-me abraçado a ela
Flameja em tons púrpura
Acordo em nenhures, não a conheço
Nunca a vi, não tem identificação
Evaporou-se, um vácuo na cabeça
Parece que dançava com os braços cruzados
Revisto-me
Na navalha do fio, a tatuagem tem um nome
From Russian with love
Stolichnaya
Foto de Filipe Oiveira_http://www.olhares.com/Flippers

Mula Ruge
Ai, lá vem ela mostrando interesse
Por onde passa, a relva cresce
Ouve Popless no Ipod
Desfruta dos tomá lá disto (take that) como quem...
Com o grito do pastor estremece
E ruge: yes, yes, yes...

Meio
Podemos encontrar as pontas
Tocar o limite
Fazer o mínimo
Mas dificilmente estaremos no meio 2 vezes

Foto_Noé Cunha:http://www.olhares.com/FotoWolke

Poker de copas
Nas garras da noite
Um jogador destacava-se
Não deixava medo nas cartas
Mas sim um cheiro a mar
Dos seus olhos mareados
De um whiskey emocional
Via-se vagabundo a rir
A tentar fazer passar um “par”
Por um “Royal flush”
Louco
Seguiu o braço do balcão
Mas não o conselho do “barmen”
Naquele momento em que saiu
Atirou o dez, valete, dama e rei
Guardou o ás de copas,
No bolso, para dar a um olhar
Que não quis ver
Não gostava de mar
Nem sabia jogar - Poker

Homem estátua vs Estátua de um homem
O homem estátua é um estratega
Não se mexe para não ser notado
Traiçoeiro, ataca na distracção dos outros
Falta-lhe a coragem de um animal encurralado
Para liquefazer a realidade num sumo doce
Ao invés, passa o tempo a fingir que não
Limpa as sanitas dos diabos interiores
Destroca-se por alguém que já tem uma estátua
A estátua de um homem está de peito aberto
Demasiado exposta
Oxida
A dureza do ferro é um coágulo sentimental
Que impede os amores à última vista
Com um passado do peso do seu ferro
O seu desejo é colocar as bagagens no futuro
E lutar para ser ninguém

O problema dos imóveis é que,
mais cedo ou mais tarde,
serão abatidos por um pombo descuidado

Foto_Rui Moura: http://www.olhares.com/ruimoura58

Estação IW
Entro num combóio de mercadorias
Tiro as madeiras do vagão
Faço uma fogueira no chão
Aqueço as emoções frias

Derreto a carruagem
Moldo-a em carris
Sempre fui mais feliz
Durante a viagem

Vem um combóio de frente
Com o S. Cristovão pendurado
Continuei andado no rodado
Quem não sente não vê gente

Parei para beber no apeadeiro B-Side
Era bar aberto até a coisa dar para o torto
Quem assim bebe já não se endireita
Foge e segue a estação "Into the Wild"

A velocidade depende da vontade...
Os três pontos são luzes nesta insanidade.
Foto_Rattus: http://www.olhares.com/Rattus

Todos menos todos menos um
Por entre o alumínio da janela
Vi os varredores de lixo
A limparem as ansiedades
Dos que beberam garrafas sem rótulo
Vi emigrantes escaparem a mais um controle
Por entre os braços das prostitutas sem nome
E os cães que uivam toda a noite
Para uma lua que está de folga
Ao fundo um bar deixa sair a música de um piano
Acompanhado pelo assobio do vento frio
Por entre o alumínio da janela
Vi o camião do lixo partir
Libertar o fumo do gasóleo mal queimado
E nessa mancha de crude gasoso
Na noite mais fria dos últimos anos
Um sem - abrigo, por fim
Aqueceu

Poker de copas
Nas garras da noite
Um jogador destacava-se
Não deixava medo nas cartas
Mas sim um cheiro a mar
Dos seus olhos mareados
De um whiskey emocional
Via-se vagabundo a rir
A tentar fazer passar um “par”
Por um “Royal flush”
Louco
Seguiu o braço do balcão
Mas não o conselho do “barmen”
Naquele momento em que saiu
Atirou o dez, valete, dama e rei
Guardou o ás de copas,
No bolso, para dar a um olhar
Que não quis ver
Não gostava de mar
Nem sabia jogar - Poker

Grito de DIABO
O Diabo tinha o tempo muito ocupado
Andava em lua-de-mel
Com as suas novas “Chicas” colombianas

Viajava no seu “Jag” descapotável
Fumava charuto embebido em JB novo – ardia mais
E fazia sinais de fumo, dizendo
Uh uh, isto está um inferno

Só fazia sexo nas casas de banho das estações de serviço
Dava-lhe pica o cheiro das octanas, dizia

À noite dormia 3 minutos
Depois contribuía com CO2 para os problemas mundiais
A noite toda a dançar “Telephone call from Istanbul”
E a beber JB novo

Na ressaca, puxava da espingarda e lançando as garrafas ao ar
Atirava, para lhes beber a última gota
De seguida era levado em ombros pelas “Chicas”
Colocado no banco de trás
Conduzido pela serpente fora
Sonhava
Com uma vida melhor

Pub Arbutus
Estava fumo
O calor não permitia o casaco
Nem a camisa, nem a moral
Desviei a cortina de fumo etílico, entrei
E deslumbrei
As espingardas dos teus olhos
Tatuaram-me duas balas no meu coração
Um mal nunca vem só
Vieste em bola de fogo sobre mim
Encostaste-me à parede
E numa maratona sem fim
Suar acima, suar abaixo, sem cansar
As fagulhas despoletaram
As balas
Mataram-me o coração
Mas não me mataram

Nas cinzas da moral
Convidaste-me para um tango
Não na pista
Acho que ao som de Piazzolla
No balcão, no sofá, no chão, no céu
Então sussurraste-me ao ouvido algo de Martinez Vilas

This is how to dance the tango!
Feel the blood
Rise to your face
With every beat;
While an arm
Winds like a snake
Around a waist
That is about to break
This is how to dance the tango!

Deixei-te de te ver
Fui-me embora
Será ou não será
Ser ou não ser
que sera, sera
Afinal ainda estava ao balcão
Não era “Stout”
Não era Absolut
Era Medronho Marocain

Tempestade
A tempestade está a caminho
Os barcos já recolheram ao molhe
A rádio anunciou alerta vermelho
Todas as janelas estão fechadas
Ouvem-se os “raindogs” no meio daquilo que se parece mar
Só Corto Maltese poderia navegar aqui
Içar o destino
Rédea curta no leme
E seguir pelo encrespado de adrenalina
A sangrar da mão
A mesma que te abraça
À qual colocaste um pano
Bebido de chuva...
É incrível a luz dos relâmpagos
Vejo-te de quando em quando
Vejo-te quando as gotas de whiskey têm o teu gosto


Foto_Rui Moura: http://www.olhares.com/ruimoura58

MULARUGE